SÃO PAULO - Na última sexta-feira, o prefeito Bruno Covas (PSDB) decretou o fim da fase emergencial na cidade de São Paulo, ainda que por aqui a última semana tenha tido o maior número de mortes pela Covid-19 desde o início da pandemia. A volta para a fase vermelha, juntamente ao decreto do Governador João Doria (PSDB) que estabelece a Educação como serviço essencial, colocam novamente professores do ensino público e privado no abatedouro, sem vacina, nem segurança. Apesar da fachada democrática e preocupada com a educação, você sabe quem está por trás da reabertura das escolas?
O Movimento Escolas Abertas, dirigido por algumas das mães mais ricas do país, está há meses fazendo seu lobby pela abertura das escolas. Essas mães, que apenas conhecem suas próprias realidades nas escolas mais caras da cidade de São Paulo, se apoiam em argumentos negacionistas para defender que escolas devem estar abertas a qualquer custo, mesmo que tal custo seja a saúde e a vida dos trabalhadores envolvidos na reabertura.
Em suas redes, é comum ver as líderes do movimento em relações de estranha intimidade com o Secretário de Educação do Estado de SP, Rossieli Soares, tal como o vice-prefeito da cidade de SP Ricardo Nunes, investigado por denúncias de superfaturamento do aluguel de creches conveniadas com a prefeitura, entre outros figurões políticos da direita. O Movimento ignora a realidade, ignora os professores, ignora as escolas públicas, mas frequentemente entrevista famosos e ganha espaço na mídia para caluniar organizações sindicais e coletivos de professores, com o discurso de que “crianças não tem sindicato, mas tem pai e mãe”.
O Escolas Abertas diz defender a educação, mas prega que professores que não querem arriscar suas vidas devem ser demitidos e terem seus pontos cortados, realidade dura que já vem acontecendo nas últimas semanas. Quem negocia a reabertura das escolas hoje não são professores, cientistas, órgãos competentes ou a comunidade escolar em conjunto. Quem negocia são famílias ricas e negacionistas, junto a donos de escolas particulares, preocupados apenas com o lucro no final do mês.
A Fiocruz estabeleceu sete condições mínimas para que as escolas sejam reabertas com segurança no Brasil. Das sete condições, o Brasil atinge ZERO. Professores no chão da escola, seja nas escolas públicas ou até nas caríssimas escolas particulares, relatam absoluta insegurança com os protocolos de saúde. A vacinação de trabalhadores da educação começou esse final de semana, porém, atinge apenas aqueles com +47 anos de idade, sem qualquer planejamento para vacinar as outras faixas etárias, que conformam hoje maioria nas UTIs do país. Mesmo assim, os governos de Bruno Covas e João Doria se recusam a seguir a ciência e garantir a vida de trabalhadores da educação em São Paulo. Mais uma vez o PSDB mostra que não governa para as trabalhadoras, nem em prol da ciência, mas sim com o lobby dos mais ricos, PARA os mais ricos.
As professoras e professores da APEOESP, SINPEEM e SINPRO SP estão em estado de greve sanitária. A ideia é seguir trabalhando normalmente no ensino remoto pela suspensão imediata de todas as atividades presenciais nas escolas. Os professores nunca pararam de trabalhar e estão precisando do nosso apoio na luta pelo direito à vida. A Insurgência-SP constrói e apoia a #GrevePelaVida. Registre seu apoio também!