Ganharam destaque nos últimos dias o confronto entre o governo dos EUA e o Facebook sobre a difusão de fakenews sobre a covid-19 nas plataformas da empresa de Mark Zuckerberg. Mas a pesquisa que fundamentou a denuncia do governo Biden é mais antiga e tinha sido difundida em maio. Você pode acessar o relatório aqui. Abaixo uma curta síntese do seu conteudo.
Revista Galileu, 18 de maio de 2021
Relatório rastreou mais de 812 mil posts com conteúdo enganoso relativo à imunização no Facebook e Twitter, dos quais 65% partiram de poucos ativistas antivacinas
Sem um tratamento padronizado e cientificamente eficaz de combate à infecção pelo novo coronavírus, especialistas apostam na imunização contra o Sars-CoV-2 como a saída mais segura para controlar a pandemia da Covid-19, que já matou mais de 3,3 milhões de pessoas. A vacinação, porém, ainda enfrenta muita resistência pelo mundo, fortalecida principalmente pela desinformação difundida nas redes sociais. Pesquisadores rastrearam conteúdo enganoso em relação às vacinas no Facebook, Twitter e Instagram e descobriram que 65% de toda a propaganda antivacina provêm de apenas 12 contas individuais.
Os resultados foram publicados em relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH), com sedes nos EUA e no Reino Unido, e da Anti-Vax Watch, organização norte-americana que monitora a indústria antivacina. Foram analisados mais de 812 mil posts do Facebook e Twitter no período entre 1º de fevereiro e 16 de março de 2021. Quase dois terços desse conteúdo foram publicados pela “Dúzia da Desinformação”, nome dado ao conjunto de 12 perfis de ativistas antivacinas que têm feito barulho nas mídias sociais.
Os pesquisadores alertam sobre o grande alcance dessas contas influentes, que produzem conteúdo enganoso sobre a segurança e eficácia da imunização. Segundo o relatório, esses ativistas reúnem mais de 59 milhões de seguidores nas plataformas Facebook, YouTube, Instagram e Twitter. “As mídias sociais estão possibilitando que os antivacinas recrutem milhões de americanos e os doutrinem com medo e dúvida”, diz Imran Ahmed, CEO do CCDH, em comunicado. “Se as big techs não agirem agora, a pandemia será prolongada, e mais vidas serão perdidas.”
O documento também afirma que, embora a Dúzia da Desinformação tenha violado repetidamente termos de uso das plataformas, a maioria dos usuários permanece nas redes: no final de abril, 10 deles ainda estavam no Facebook e no Twitter, e nove continuavam no Instagram. Desde então, alguns perfis foram banidos ou restringidos, mas outros seguem com uso livre