Baseado na troca de créditos entre quem depende largamente de tecnologias que utilizam combustíveis fósseis e aqueles que detêm largos estoques de carbono, esse mercado funciona mais ou menos assim: quem não consegue cumprir seu compromisso de reduzir emissões sem fazer grandes investimentos (uma indústria petrolífera —digamos a Shell— ou uma grande empresa frigorífica como a JBS), compensa parte de suas emissões pagando para quem tem créditos adicionais de carbono (digamos, aquele empresário que usará o dinheiro para reflorestar uma grande área desmatada). Esse mecanismo de compensação é conhecido por offset no jargão climático. No mundo real, a indústria ou o frigorífico está comprando mais tempo para poluir e o empresário reflorestador vai usar sua floresta de eucaliptos —que cresce rapidamente pela agregação de carbono às árvores— para abastecer uma empresa de celulose e papel... Produtos que, pós-consumo, devolverão o carbono à atmosfera.