A pandemia acabou com 5 anos de progresso econômico, reduzindo 100 milhões de trabalhadores à pobreza. É o que denuncia um relatório da Organização Mundial do Trabalho que convoca a comunidade internacional para uma estratégia coordenada e global.
Benedetta Capelli, Vatican News, 3 de junho de 2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Cem milhões de homens e mulheres assolados pela crise provocada pela pandemia. É a fotografia tirada pela Organização Mundial do Trabalho que desenha um cenário desolador; um curso que só pode ser revertido em 2023. Cinco anos de progressos econômicos jogados ao vento, as mulheres são as mais penalizadas. Segundo a ONU, sua taxa de emprego caiu 5%, para os homens o percentual é de 3,9%. Mulheres, mas também jovens, para eles o coronavírus significou uma perda de 8,7% do emprego.
Evitar um impacto de longo prazo
Num contexto de “retomada incerta e frágil”, apesar dos esforços excepcionais dos países, como destacou o diretor-geral da OIM Ryder, não serão suficientes os cerca de 100 milhões de empregos que serão criados no mundo graças à reabertura após o lockdown. De fato, ao apelo ainda faltam 75 milhões de empregos só neste ano e outros 23 milhões de empregos em 2022. Daí o apelo para um trabalho digno porque o grande risco é a perda do potencial humano e econômico, mas acima de tudo um aumento da pobreza e da desigualdade. O pedido é de uma estratégia coordenada e global com políticas centradas na pessoa e em ações fortes a serem acordadas para evitar um impacto de longo prazo sobre os trabalhadores e as empresas.