Thiago Nassa, EcoDebate, 9 de julho de 2020
A busca por redução de gastos e por mais competitividade no setor produtivo tem impulsionado de forma significativa a adesão dos consumidores à energia solar na geração distribuída em telhados e pequenos terrenos. Nos últimos 12 meses, o uso da tecnologia fotovoltaica no modelo de geração própria de eletricidade praticamente triplicou no País, saltando de 1 gigawatt (GW) em agosto de 2019 para 3 gigawatts em julho deste ano, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
A avaliação é da especialista Bárbara Rubim, da consultoria Bright Strategies. Segundo ela, o crescimento exponencial da energia solar na geração distribuída ganhou um novo aspecto neste momento de pandemia e queda da atividade econômica, que é o de atuar como redutor de gastos fixos de comércios e outros estabelecimentos. “Outro fator importante para este crescimento é a perspectiva de aumento das tarifas de energia elétrica no Brasil, que pressionam os consumidores, impactando o orçamento das famílias e os custos das empresas em geral”, explica.
De acordo com a consultora, produzir a própria energia em casa ou em um estabelecimento empresarial é atualmente mais barato do que comprar da distribuidora local. “Outro ponto de destaque é a maior previsibilidade que o consumidor adquire quando decide migrar para a geração distribuída, pois passa a ficar blindado dos impactos das políticas tarifárias”, acrescenta Bárbara.
Atualmente, a solar está presente em cerca de 255 mil sistemas instalados em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos, que representam mais de R$ 15,2 bilhões em investimentos acumulados desde 2012 e cerca de 165 mil empregos gerados.
Da capacidade instalada total, os comércios e serviços representam 40% das instalações no Brasil, seguidos pelos consumidores residenciais (39%), propriedades rurais (11%), indústrias (8%) e poder público em geral (2%).