Tempos difíceis os de hoje. A sociedade brasileira, que já ocupava uma posição de destaque entre as mais desiguais do mundo, enfrenta a pandemia do Coronavírus, que avança vitimando dezenas de milhares de pessoas. Como se isso não bastasse, no Rio de Janeiro, nossos governantes se revezam em ações que revelam autoritarismo, truculência, incompetência e corrupção. Talvez sejam essas as principais caraterísticas do Prefeito do Rio, do Governador do Estado e do Presidente.
Na capital, o prefeito se nega a instituir um programa de renda mínima que ajudaria a diminuir a penúria da população mais pobre, possibilitando adesão ao necessário isolamento social. No estado, obras sem fim dos hospitais de campanha, a imposição das aulas remotas aprofundando as desigualdades no acesso à educação, bem como o desprezo pela vida e as denúncias de desvio de verbas são as marcas principais da administração de Wilson Witzel. Bolsonaro, além de tratar a vida do povo como carvão para fazer funcionar a fornalha da economia, se coloca como o líder de milicianos e de toda a sorte de reacionários de tendência neofascista que sonham com uma ditadura.
Esse tempos precisam de esperança num futuro que pode ser diferente. Apostamos na solidariedade e não no individualismo. A saúde tem que ser 100% pública, gratuita e de qualidade. O SUS demonstrou ser fundamental, e precisa de mais investimentos e valorização de seus profissionais. Nas favelas e periferias, centenas de coletivos se organizam e buscam levar apoio a quem mais precisa. Profissionais de saúde, garis, profissionais de educação, rodoviários, torcidas de vários times, a agricultura familiar... percebemos que a sociedade precisa ser solidária e que isso tem tudo a ver com mais democracia, com o combate a todas as formas de preconceito, com o fim da miséria e da exploração econômica.
Nosso amanhã, pós pandemia e pós Bolsonaro não pode ser um mero retorno ao que era antes. Não temos saudades de Cabral, Pezão, Paes, Temer ou dos tempos dos grandes eventos que enchiam os bolsos dos poderosos enquanto expulsavam moradores das áreas de especulação imobiliária. Precisamos construir um futuro onde quem produz a riqueza, dela se beneficie. Nos últimos tempos, os levantes das mulheres e dos negros e negras no mundo e no Brasil, demonstram que não é mais possível conviver com esse grau de desigualdade, que descarta a vida da maior parte da população, enquanto garante direitos para uma pequena minoria. Queremos territórios de vida pulsante, de bem estar e bem viver para toda população.
Sabemos das dificuldades que enfrentaremos e da violência política que caracteriza o período atual. Sabemos também que somente o crescimento da organização e da consciência dos que vivem do seu trabalho poderá fornecer as bases sólidas para uma sociedade solidária. Mas apostamos que é nosso dever disputar a cidade, provando que podemos gerir este espaço de forma radicalmente mais justa, que não sirva apenas aos interesses de uma minoria. Uma cidade de direitos, de bem estar e bem viver, onde saúde, educação, segurança, mobilidade, alimentação, cultura e lazer não sejam apenas mercadoria, mas direitos de todas e todos. Luta que, aliás, é travada por nosso partido no dia-a-dia da Câmara Municipal e esteve encarnada cotidianamente por Marielle, seu mandato e sua defesa intransigente da vida. Marielle, presente!
Para o tamanho deste desafio, sabemos da necessidade da construção da mais ampla unidade de todos os partidos e movimentos sociais que lutam pelos interesses das trabalhadoras e trabalhadores e pela transformação radical desse estado de coisas. Por isso, seguiremos na batalha pela construção de uma candidatura ampla, que possa representar, de conjunto, o programa da esquerda carioca.
Nós, militantes do PSOL e ativistas dos movimentos sociais estamos apresentando o nome da deputada estadual Renata Souza, para disputa da pré-candidatura à Prefeitura do Rio. Ela é um dos frutos de nossa indignação e revolta. Renata expressa em sua trajetória de vida a radicalidade do nosso programa, antifascista, antirracista e feminista. É nossa resposta a tentativa de nos calar, nos invisibilizando ou nos matando. Nossa esperança para reencantar a política de maneira participativa, engajada e popular.
Assinam:
Muniz Sodré – professor Emérito da UFRJ
Henrique Vieira – ator e pastor
Raquel Paiva – professora Emérita da UFRJ
Chico Alencar – professor da UFRJ e Ex-parlamentar
Luciana Boiteux – professora da UFRJ e Militante do PSOL
Eliana Souza e Silva – ativista de Favelas e Direitos Humanos
Lucia Xavier - coordenadora do Criola
Guilherme Boulos - líder do MTST
Gregório Duvivier - humorista
Flávia Pinto Ribeiro - vice-presidente da OAB Mulher e da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil
José Cárcamo - professor da Universidade de Buenos Aires
Joel Luis Costa - ativista de favelas e direitos humanos
Rapper Fiell - ativista de Favelas e Direitos Humanos
Ronilso Pacheco – teólogo e mestrando na Universidade de Columbia
Jaqueline Muniz – professora da UFF e pesquisadora em Seg.Pública
Ibis Pereira – policial militar aposentado e pesquisador em Seg. Pública
Danieli Balbi - prof. doutora da ECO-UFRJ
Samuel Araújo – professora da Escola da Música da UFRJ
Sandra Carvalho – ativista de Direitos Humanos
Marina Iris – cantora e ativista LGBTTs
Mônica Benício – ativista LGBTTs e Militante do PSOL
Mônica Cunha – ativista do Movimento Negro e Direitos Humanos
Patricia Felix de Lima Padula - Conselheira Tutelar, Emancipa, MRP, Rio de Janeiro/RJ
Jota Marques - conselheiro tutelar
Maria dos Camelôs – coordenadora Geral do Movimento Unido dos Camelôs
Rossino de Castro Diniz – presidente da Federação das Associações de Favela do RJ (FAFERJ)
Luyara Franco - militante de direitos humanos
José Mauro Nunes - Ilê Axé Ofá
Adailton Moreira - Babalorixá do Ilê Axé Omiojuarô
Dario Firmino – Babalorixá do Ilê Axé Onixegum Wanda D’Omolu – Ialorixá do Ilê Asé Egi Omim
Lucio Sanfilippo – cantor e ativista
Virginia Fontes - historiadora, Professora da UFF e da EPJV/Fiocruz
Lana de Holanda - militante LGBTQI
Pedro Mara - professor de sociologia da rede Estadual de Ensino
Maria Dantas - deputada do Congresso espanhol
Carlos Latuff - chargista
Juliano Medeiros – presidente Nacional do PSOL
Andreia de Jesus – deputada estadual (PSOL/MG)
Bella Gonçalves – vereadora pelo PSOL em Belo Horizonte
Mônica Seixas - Bancada Ativista de SP
Tatianny Araújo – Executiva Estadual do PSOL
Cintia Teixeira – sanitarista e Ativista da Saúde Pública
Sandra Quintela - Jubileu Sul Brasil
Parlamentares do Rio de Janeiro
Talíria Petrone - deputada federal RJ
Marcelo Freixo – deputado Federal RJ
Glauber Braga – deputado Federal RJ
David Miranda - deputado federal RJ
Dani Monteiro – deputada estadual RJ
Flávio Serafini – deputado estadual RJ
Eliomar Coelho - deputado estadual RJ
Tarcísio Motta – vereador da cidade do Rio de Janeiro
Paulo Pinheiro - vereador da cidade do Rio de Janeiro
Marcos Paulo - vereador da cidade do Rio de Janeiro
Leonel Brizola – vereador da cidade do Rio de Janeiro
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